Shawn Johnson (Des Moines, 19 de janeiro de 1992) é uma ginasta norte-americana que compete desde 2005 na elite da modalidade artística do país.
Shawn é bicampeã nacional na trave e a medalhista de ouro do individual geral nos Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados na cidade do Rio de Janeiro, e no Campeonato Mundial de Stuttgart, na Alemanha. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, disputados em Pequim, conquistou quatro medalhas, uma delas de ouro, em sua estreia nesta competição global. Em 2009, optou por não participar de competições gímnicas. Como premiações, em 2007, aos quinze anos, foi eleita a melhor ginasta do Campeonato Mundial e recebeu do governador de Iowa o "Dia Shawn Johnson", por seu desempenho neste evento. Em 2008, foi eleita a melhor ginasta em votação realizada pela revista International Gymnast, cuja edições recebem colaboração da ex-atleta Nadia Comaneci. Em meados de 2009, tornou-se a mais jovem campeã do concurso Dancing With the Stars e a melhor atleta olímpica eleita pela ESPN, na premiação ESPY Awards, que apenas utiliza do voto popular.
Biografia
Shawn Johnson é uma ginasta da elite sênior internacional dos Estados Unidos, campeã mundial no individual geral e campeã olímpica na trave.[1]
Filha única, Shawn nasceu com uma pontuação Apgar de zero, o que caracterizou um quadro perigoso durante seus primeiros minutos de nascida. No entanto, em 24 horas apresentou melhora suficiente para ser considerada uma menina sadia. Descrita pela mãe como um bebê feliz, que acordava todas as manhãs com um sorriso, era mantida longe dos perigos do gosto por subir em locais que não deveria, inclusive na creche. Ativa, andou aos nove meses e sua família sempre procurou atividades que a deixassem mais relaxada: praticou dança e compôs grupos de tumbling, até encontrar a ginástica.[1]
Começou na modalidade aos três anos, ativa e praticando suas habilidades com segurança. Aos seis, ingressou na Chow’s Gymnastics & Dance Institute, na qual foi uma das primeiras alunas a se matricular no recém aberto ginásio. Já no ano seguinte, começou a competir pela academia em Des Moines.[2] Seus pais, Doug e Teri Johnson, diziam que a ginástica fora o 'remédio' encontrado para a hiperatividade direcionada da filha, devido ao gosto da menina de se provar em atividades fisicamente desafiadoras.[1][3] O treinador Liang Qiao (Chow) e sua esposa, a coreógrafa Liwen Zhuang (Li), são seus treinadores desde o princípio da prática e viram a ânsia da menina fazê-la evoluir rapidamente, a ponto de tornar a ginástica artística sua vida, conforme crescia também o seu amor pela modalidade.[4] Aluna de boas notas, publicou três curtos livros na escola em que cursou o ensino secundário, a Valley Southwoods, em sua cidade natal, e por sempre ser apoiada pelos pais em sua carreira, que chegaram a hipotecar a casa para custear seus treinamentos, considera-se uma pessoa normal.[2][5] A despeito de suas 25 horas semanais de treinos, também possui alguns hobbies, como cuidar de seus cães.[6][7] Em fevereiro de 2008, fora eleita a melhor ginasta do mundo, em votação realizada pela revista International Gymnast, especializada no desporto, pois praticava a ginástica de modo objetivo e consciente com a alegria de deparar-se com culturas e pessoas novas e fazer aquilo que realmente gostava, atingindo, com isso, as primeiras colocações nas maiores competições disponíveis.[3][4] Para o futuro, após encerrada sua carreira de ginasta, espera seguir na modalidade como treinadora ou como médica direcionada para a área.[2]
[editar] Carreira
Shawn iniciou sua carreira na ginástica norte-americana em 2005,[8] aos treze anos de idade, nas maiores competições nacionais. Seus aparelhos de melhor desempenho são o solo e a trave, embora tenha preferência pelas competições do individual geral.[9]
[editar] EUA Júnior
Em sua primeira tentativa de ingressar na elite júnior norte-americana de ginástica, Johnson obteve sucesso. Em seguida, já participava de sua primeira competição, o U.S Classic, no qual terminou em terceiro lugar. Mais adiante, no entanto, no Campeonato Nacional Americano, encerrou participação na décima colocação, após cometer falhas na trave e nos exercícios de solo.[10]
No ano seguinte, em 2006, foi a campeã do individual geral, em nova edição do Nacional Americano, dessa vez com novas e mais difíceis coreografias e movimentos, superando, em nota, a campeã sênior da competição, Nastia Liukin.[10] Ainda neste evento, conquistou mais quatro medalhas: ouro no solo, na trave e no salto sobre a mesa, e prata nas barras assimétricas. Na competição internacional do ano, os Jogos Pan-Americanos Júnior, realizados em Quebec, Canadá, Johnson terminou com cinco medalhas em seis eventos disputáveis: na final por equipes, ouro para os Estados Unidos; no individual geral, nova vitória. Nas finais por aparelhos, a norte-americana não se classificou apenas para o salto. Nos demais, conquistou as medalhas de prata nas barras assimétricas e no solo, e a de ouro na trave.[11]
[editar] EUA Sênior
Shawn tornou-se uma ginasta sênior em 2007 e continuou a mostrar inovações em suas rotinas, deixando-as com maiores notas de dificuldade.[11] O resultado das mudanças veio nas competições. Em todas as que participou, a jovem atleta saiu com a medalha de ouro do concurso geral:[1] Na Tyson American Cup, em Jacksonville, Flórida, após superar a compatriota Natasha Kelley por 0,600 ponto;[12] no Estados Unidos vs. Grã-Bretanha, em Lisburn, na Irlanda do Norte; nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, no qual superou duas compatriotas;[13] no Nacional Americano, em San Jose, California; e no Mundial de Stuttgart, no qual superou a companheira de equipe Nastia Liukin, quinta colocada.
No ano seguinte, os resultados foram pouco diferentes. Nos campeonatos nacionais de que participou, oscilou entre a primeira e a segunda colocações junto a Nastia Liukin: no Nacional Americano, conquistou o ouro; na Tyson American Cup, foi a vice-campeã.[14] Mais adiante, a ginasta ainda participou do Campeonato Visa, no qual conquistou a primeira colocação no solo e no individual geral, e a medalha de prata na trave. Já no Pré-Olímpico, o êxito da jovem foi demonstrado nas medalhas de ouro do individual geral, do solo e da trave, além da prata no salto sobre a mesa. Internacionalmente, competiu no quadrangular entre Espanha vs. Itália vs. Polônia vs. Estados Unidos. Nele, conquistou as medalhas de ouro por equipes e no concurso geral.[1]
Em julho de 2009, afastada das competições desde agosto do ano anterior e indecisa sobre o futuro de sua carreira, declarou sua vontade de retornar aos campeonatos por mais quatro anos, até os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.[15] Seu afastamento deu-se não apenas para descansar e refletir sobre seu futuro. Foi importante também para aproveitar as oportunidades dadas pela fama recém descoberta após os Jogos Olímpicos de Pequim,[16] como aparecer em programas de tv e participar de propagandas, como a do chocolate Crunch da Nestlé.[17] Depois disso, em meados de dezembro, oficializou sua volta ao ginásio de treinamento, em um ritmo mais adequado ao seu momento.[18] Em fevereiro de 2010, esquiando no Colorado, sofreu uma lesão no joelho, que a levou a uma cirurgia, realizada no dia dezesseis do mesmo mês. Para recuperar-se completamente, teve de afastar-se dos treinamentos por seis semanas e treinar com limitações por mais seis meses.[19] Em maio, anunciou a pretensão de retornar às competições em julho.[20]
[editar] Jogos Pan-Americanos
[editar] Rio de Janeiro 2007
Em sua primeira aparição em Jogos Pan-Americanos, realizados no Rio de Janeiro em 2007, Johnson esteve ao lado de Rebecca Bross, Ivana Hong, Nastia Liukin, Samantha Peszek e Amber Trani. Por equipes, as norte-americanas conquistaram a medalha de ouro, com mais de seis pontos a frente das segundas colocadas, as brasileiras. Em terceiro ficaram as mexicanas. O bronze, no entanto, passou à seleção do Canadá, ao descobrir-se irregularidades na inscrição de uma ginasta do México.[21]
No campeonato, a atleta ainda conquistou mais quatro medalhas individuais - três de ouro e uma de prata:[22] na final do individual geral, o pódio fora composto pelas norte-americanas - em primeiro Shawn Johnson, superior em nota em todos os aparelhos, com o score total de 61,725, seguida de Rebecca Bross e Ivana Hong; nas barras assimétricas, aparelho no qual Shawn não possui certa regularidade, conquistou mais uma medalha de ouro ao somar 15,475 e ultrapassar a especialista no aparato, a companheira de equipe Liukin, que encerrou com a medalha de prata, à frente da brasileira Laís Souza; na outra final, dessa vez na trave de equilíbrio, conquistou novamente a primeira colocação com a pontuação final de 16,150, outra vez à frente de Nastia e agora da brasileira Daniele Hypólito; na última, nos exercícios de solo, encerrou atrás de Bross, por 0,025 no somatório final do aparelho, com o resultado de 15,225. A brasileira Jade Barbosa completou o pódio com a medalha de bronze. Apesar de possuírem a mesma nota de partida (6,000), Rebecca mostrou melhor desempenho e consistência.[21][22]
Desse modo, a atleta encerrou sua participação com a conquista total de cinco medalhas em seis disputadas - quatro de ouro e uma de prata.[23]
[editar] Campeonatos mundiais de ginástica artística
[editar] Stuttgart 2007
Shawn superou-se neste Mundial, realizado em Stuttgart na Alemanha, e fez parte do time dos Estados Unidos junto a Nastia Liukin, Ivana Hong, Alicia Sacramone, Samantha Peszek e Shayla Worley. Como equipe, conquistaram a medalha de ouro (a primeira em um Mundial realizado fora dos Estados Unidos) com a pontuação final de 184,400. Foram 0,95 a frente da equipe vice-colocada, formada pelas chinesas, que superaram as romenas, medalhistas de bronze. Shawn competiu em todos os aparelhos, tanto na final quanto nas preliminares por equipes. Durante a classificação, a ginasta sofreu uma queda das barras assimétricas e recebeu a nota 14,625 no aparelho. Contudo, seu somatório de 16,250 na trave, a manteve na média. Na final, Johnson novamente sofreu uma queda, desta vez no salto, mas terminou com a nota 15,025 devido a dificuldade de execução, o que mais uma vez a manteve dentro de uma boa média.[24][25] No dia seguinte, a atleta disputou a final do individual geral: em sua primeira bateria, obteve a nota 15,175 no salto; no solo, atingiu 15,425; depois, na trave, obteve 15,900 e, por fim, nas assimétricas, totalizou 15,375. Com o resultado final de 61,875, chegou à primeira colocação e ao título da competição, a frente das ginastas medalhistas Steliana Nistor, Jade Barbosa e Vanessa Ferrari.[26] Com isso, Shawn tornou-se a quarta mulher norte-americana a conquistar um campeonato mundial no concurso geral, juntando-se a Kim Zmeskal (em 1991), Shannon Miller (em 1993 e 1994) e Chellsie Memmel (em 2005).[27]
Noa aparelhos, Johnson ainda se qualificou para disputar dois: trave de equilíbrio e solo. Dessa vez, a ginasta sofreu duas quedas da trave e encerrou na última posição entre as finalistas (8º). A ginasta a conquistar o ouro foi sua companheira de seleção, Nastia. Na sequência, com a nota 15,250, Johnson conquistou a medalha de ouro na disputa do solo, a frente de outra compatriota, Alicia Sacramone, por 0,025 ponto, e da francesa Cassy Vericel.[26][28] Nesse mesmo dia, a atleta ainda recebeu o Prêmio de Elegância da Longines: fora eleita por unanimidade pelos juízes que julgam a técnica, o apelo emocional, a beleza, o charme, o carisma, a graça e a harmonia dos movimentos.[29]
[editar] Jogos Olímpicos
[editar] Pequim 2008
Nas Olimpíadas de Pequim em 2008, Shawn, a exemplo do Campeonato Mundial, apresentou-se em todos os quatro aparelhos, e na final por equipes, ajudou a seleção norte-americana a conquistar a medalha de prata, fato que inverteu a colocação do Mundial de 2007, quando superaram as chinesas.[30][31] Com as notas girando em torno de 15,650, somou a maior parcial da equipe estadunidense, 62,625, e entre as três nações primeiras colocadas da competição coletiva.[32]
No individual geral, classificada na primeira posição (62,725),[33] a atleta também conquistou a medalha de prata, com a nota total de 62,725, mesma da fase qualificatória, não conseguindo superar o score de sua compatriota Nastia Liukin, nas barras assimétricas e na trave, que somaram uma dferença de 0,600.[30][34] Nos aparelhos, inicialmente na disputa do solo, Johnson foi a primeira a se apresentar e liderou, com o somatório de 15,500, até subir ao tablado a romena Sandra Izbasa, última a performar sua rotina. O resultado fora 0,150 ponto a mais para a apresentação da européia e mais uma medalha de prata somada as conquistas olímpicas de Shawn. Já na trave de equilíbrio, sua última final, a ginasta mostrou uma consistente rotina - com uma das maiores notas de partida a época - e como não cometeu erros graves, cujos descontos variavam de 0,500 a 0,800, conquistou sua primeira medalha de ouro, ao totalizar 16,225. Este aparato ainda reuniu as três destacadas ginastas da competição: Shawn Johnson, Nastia Liukin, que somou 16,025 no aparelho, e Fei Cheng, com 15,950.[35]
Ao final, a atleta encerrou sua primeira participação olímpica com quatro medalhas, uma a menos que sua compatriota, Nastia Liukin, e como umas das polimedalhistas estadunidenses da competição.