Comunicar com a família. Escrever mails e navegar na Internet. Conduzir uma cadeira de rodas elétrica. Estas são algumas das conquistas de doentes tetraplégicos que testaram um novo dispositivo criado por investigadores israelitas. A forma de comandar o dispositivo é inovadora: através da respiração.
Os investigadores do Instituto Weizmann partiram do pressuposto que os canais respiratórios se conservam mesmo depois de lesões graves e os doentes mantêm a capacidade de o controlar.
Assim, o dispositivo criado pelos israelitas deteta as pequenas mudanças de pressão de ar e transforma-os em sinais elétricos. Esses sinais servem para controlar um mecanismo semelhante a um joystick ou um rato que permite um vasto campo de aplicações: desde escolher letras do alfabeto até conduzir uma cadeira de rodas elétrica. Uma das vantagens encontrada é a rapidez: 20 segundos a um minuto é o tempo que os utilizadores levam para escolher uma letra - menos que nos dispositivos que funcionam com piscar de olhos.
Os casos de sucesso relatados à imprensa são três, segundo a BBC Brasil. Uma mulher, de 63 anos, tetraplégica em consequencia de esclerose múltipla, escreveu um texto pela primeira vez em dez anos e já usa a internet para, entre outras coisas, escrever mails.
O segundo caso é o de uma mulher com 53 anos que, sete meses antes, tinha sofrido um derrame e não conseguia comunicar com a família. Nem sequer tinha controlo sobre as palpebras para estabelecer ligação através do piscar de olho. Este dispositivo ter-lhe-á devolvido a faculdade de comunicar com a família e escrever textos.
O terceiro caso pertence a um homem, de 30 anos, tetraplégico havia seis anos devido a um acidente de carro. Neste caso, o dispositivo foi usado para controlar uma cadeira de rodas num percurso de 30 metros com curvas de 90º graus. À terceira tentativa o controlo da cadeira era semelhante à de uma pessoa sem deficiência.